As paredes imponentes das ruínas de Extremoz impressionam pela altura e largura, na primeira vez que vi, os
paredões estavam coberta por uma densa vegetação. Ao meio do mato aquelas muralhas
se destacavam entre os ramos verdes, me fazendo viajar no tempo.
Em bate papo com moradores das imediações
fiquei sabendo que foi a ganancia de pessoas, que movida por um boato da existência
de um tesouro escondido pelos padres Jesuítas tinha provocado a derrubando da
maior parte do prédio, transformando assim a Igreja da Missão Jesuíta de Miguel
e do convento em apenas ruínas.
Sempre que vou a Extremoz visito
as ruínas e sempre fico indignado com o muro de pedra e o portão prateado que
fica entre as duas paredes restantes do salão da igreja. Parte do terreno da
igreja fica dentro de um muro coberto por cacos de vidros nos proibindo de
fotografar de outros ângulos um patrimônio do Rio Grande do Norte tombado no
dia 18 de Dezembro de 1990, sobre a guarda da Fundação José Augusto.
O escritor e historiador Luís da
Câmara Cascudo considerava a igreja de São Miguel a mais bela igreja colonial do
Estado. Ela foi erguida no estilo barroco, tem 16m de altura, 13,5m de largura,
30m de comprimento e paredes com 80 cm de largura e serviu de igreja residência
para os jesuítas.
Foi nessa igreja que na manhã de
13 de junho de 1612 o índio Poti foi batizado e recebeu o nome de Antônio
Felipe Camarão. Antônio em homenagem ao santo do dia, Felipe em homenagem ao
rei Felipe da Espanha e "Camarão" a tradução de seu nome (Poti). Na
mesma igreja, casou-se com Clara, índia da nação potiguar.